O rei da defesa do Reino do Congo, general Mavilakana Bravo Pais anunciou que a África vai ter uma nova cidade – N´dela, civilização cuja capital situar-se-á no Reino do Congo, em Angola, onde não haverá golpe de Estado com a implementação de um novo modelo de governação – “sistema de amor”.
Por Berlantino Dário
Segundo o defensor da corte congo, a cidade de N´dela com sede em Luanda está localizada no Uíge, uma das províncias constituintes do reino do Congo, em cinco municípios – Buengas, Damba, Nsoso, Sanza Pombo e Maquela do Zombo.
“Então, pedimos aos meios de comunicação social, que isto não é sistema como o do Estado, mas é sistema de amor”, salientou o defensor que não é um sistema comercial, e que não “estamos aqui a fazer publicação para comércio, estamos a fazer publicação para o mundo saber de onde vieram e para onde estão a ir”.
Para defender os seus argumentos, quer o modelo de democracia em vigor um pouco por todo o mundo, e em Angola, quer a primeira alfabetização, segundo Mavilakana Pais, são oriundas de África – “essa democracia, os brancos copiaram em África”.
“Mesmo a primeira alfabetização vem do Egipto. O primeiro técnico de saúde também vem do Egipto. E, tudo aquilo vem daqui de África. E, como Jesus Cristo, também, após o seu nascimento e quando foi publicado refugiou-se no Egipto”, afirmou.
De acordo com o general, a cidade de N´dela é uma nova civilização que vai caber para toda a gente onde – não haverá golpe de Estado, não haverá guerrilha – “essas ambições de pegar em armas para à luta do poder também não acontecerá nessa nova capital do Reino do Congo, na cidade de N´dela. Não haverá mais choro. Não haverá chefia de homem alto e homem baixo. Não haverá ninguém mais rico que outro”, esclareceu, por outro lado, que nesse reino, logo na nascença, a partir da maternidade, o cidadão já contará com uma contribuição do Ministério da Família para suprir os custos da formação.
“Essa contribuição é que se vai escrever logo, com a sua cédula, vai-se definir se são 10 mil e, a cada ano ou a cada mês, na sua conta estará sendo depositado esse dinheiro até que você fizer a 12.ª classe. Depois de fazer a 12.ª classe, esse teu dinheiro é que vais começar a pagar na Universidade”, explicou.
Com o surgimento da nova capital, o autóctone assegurou que o cargo de Presidente da República não se vai desprezar, mas, para tal, basta que sigam condições estabelecidas pelas autoridades do reino – as regras das tradições. Para fundamentar, o general exemplificou o Reino Unido que, para ele, seguem orientações divinas.
Avançou igualmente que, também, não quer dizer que por causa disso, vai desprezar os Presidentes da República que estão no lugar, não. Há condições que têm que saber que dão conta da existência, no mundo, dos reinos – “Podemos tirar exemplo do Reino Unido. O Reino Unido, para mim, não vejo isso nos papéis. Mas lá nunca aconteceu guerra. Por quê? “Porque eles seguem as regras da tradição vindas das orientações de Deus”, vincou.
“Agora, por que nós aqui em África temos golpe de Estado? E por que tem guerrilha? Porque os africanos entraram no neocolonialismo. Os brancos deixaram esses partidos como neocolonialismo. É como negócio deles. A guerra é negócio; golpe de Estado também é negócio. Os Presidentes da República não seguem as tradições nossas. Eles dizem hoje que a terra é do Estado. Mas, o português, também, nunca disse que a terra era dele” – afirmou igualmente que a terra é pertença dos soberanos – “esses sobas é que pertencem a terra. Este é o motivo que provoca a guerrilha, é que provoca também os golpes de Estado”.
Entretanto, para o rei da defesa do Reino do Congo, Mavilakana Bravo Pais, que falava em Janeiro do corrente ano, aos microfones do Jornal Folha 8, avançou que “aqui em África também há reinos. Só aqui mesmo na África do Sul, o reino que lá está, está no meio, dentro da África do Sul. Mas nunca ninguém foi lá fazer guerra, nem eles também saem para fazer guerra, eles seguem a tradição”.
Administrativamente, existe o reinado e existe a administração. Os Presidentes da República não vão perder nada – “Se eles negociarem com o rei da defesa do Reino Congo, África inteira não haverá mais golpe de Estado, nem as fraudes que estão a se passar em Moçambique. Essas fraudes são sistema dos colonos, porque os colonos querem continuar a dominar a África, então metem essas fraudes de fazer votação que uma pessoa tem que viver, sim, o rei como o papa também, não é”, considerou.
Comparando à renúncia de Bento XVI (Joseph Ratzinger) ao papado de quase oito anos — de Abril de 2005 a Fevereiro de 2013 —, como também entrou para a história da Igreja Católica por abdicar do cargo, em vez de ter sido substituído após sua morte, como ocorre na maioria dos casos, o defensor da corte congo salienta que nos reinados actuais também teria a mesma democracia.
“No reinado, também, é democrático, naquele tempo dos nossos avós, quando você não está a dirigir bem o reinado, eles pediam a defesa, chamavam todos os reis. Por exemplo, aqui no nosso reinado tinha seis províncias – Camarões, Gabão, República Centro Africana, Congo Brazzaville, Congo Kinshasa (RDC) e Angola. E, Angola, quer dizer que é o berço de África”, frisou.
Por outro lado, o general minimizou as cooperações entre os Estados alegando o que fazem é um mero comércio – “é só para eles terem dinheiro de deslocação, comer e beber, mas a guerra ainda continua”, tendo na ocasião salientado que – “nunca vão fazer paz sem que os presidentes de África se reúnam com todos os chefes tradicionais”.
“A guerrilha para as pessoas, mesmo nós no MPLA não recebíamos comida de fora. A comida vinha dos chefes tradicionais. São eles que nos davam comida, são eles que nos guardavam na guerrilha. Mesmo a UNITA, FNLA, MPLA quando a gente estava a combater com os portugueses, a comida era dos chefes tradicionais. E se a gente reunir os chefes tradicionais do mundo a guerrilha vai acabar, o golpe de Estado também vai desaparecer”, revelou, por seu turno que o Chefe de Estado, pode vir a ser como um primeiro-ministro como nos países onde há reinados.
“O rei da defesa do reino do Congo não quer tirar o poder a ninguém. Vamos mudar o sistema para uma nova civilização que tem de haver. Tem de haver uma nova organização. Se não houver uma nova organização, nenhum presidente vai mudar a vida de um homem” – atirou.